
Inspirada na série homônima lançada nos anos 1960, Missão: Impossível chega ao seu oitavo longa em 2025, quando Missão: Impossível — O Acerto Final estrear nos cinemas brasileiros em 22 de maio. O longa deve marcar o fim desta encarnação do título e das aventuras de Ethan Hunt, agente vivido desde 1996 por Tom Cruise.
Ao longo dos anos, diferentes diretores de renome assumiram a franquia, de Brian De Palma a Christopher McQuarrie, que trouxeram seus próprios estilos aos filmes e tornaram Missão: Impossível uma das séries cinematográficas mais rentáveis do cinema. Ao todo, os sete filmes já lançados pela Paramount renderam cerca de 4 bilhões de dólares nas bilheterias mundiais.
Com cenas de ação cada vez mais complexas e perigosas, todas executadas por Cruise em pessoa, os filmes ofuscaram a série original e transformaram seu protagonista em um dos rostos mais conhecidos do mundo e figura forte em Hollywood.
Relembre abaixo as tramas de cada um dos filmes da franquia e saiba como assisti-los no streaming.
Missão: Impossível (1996)
Diretor: Brian De Palma
Roteiristas: David Koepp e Robert Towne, baseados em história de Koepp e Steven Zaillian
A missão: encontrar o traidor da IMF que causou a morte da equipe de Ethan Hunt e incriminou o agente.
Onde ver: Paramount+ e Telecine
Para levar Missão: Impossível para a telona, a Paramount alistou Brian De Palma, renomado diretor que já tinha sucessos como Scarface e Os Intocáveis no currículo, e os roteiristas David Koepp, de Jurassic Park, e Steven Zaillian, de A Lista de Schindler. O trio trabalhou no desenvolvimento da história, que acabou sendo retrabalhada por Robert Towne, de Chinatown, a pedido do estúdio. Cruise já estava a bordo como produtor.
“Paula [Wagner] e Cruise acharam que [Towne] traria algo a mais ao roteiro, mas isso acabou sendo um grande problema”, contou De Palma ao Deadline. “Eu tinha dois roteiristas trabalhando em dois quartos de hotel em Londres enquanto eu construía sets, cada um escrevendo o próprio script. David usou algumas ideias de Towne no roteiro que ele escreveu e foi isso que acabou virando o filme.”
A ideia original da Paramount era trazer alguns membros do elenco da série de Missão: Impossível de volta para o filme, mas a trama, que mataria a equipe de espiões logo no começo e revelaria que um destes personagens originais era um traidor desiludido, não agradou os atores. Peter Graves, que viveu Jim Phelps na TV, expressou seu desgosto com o final de seu personagem, que seria eventualmente revelado como vilão e se negou a retornar. O personagem acabou sendo interpretado por John Voight. “Eu não tive nada a ver com essa decisão”, se defendeu De Palma.
O diretor nunca havia assistido à série original e tinha uma ideia bem diferente de como fazer Missão: Impossível. Em vez de contar com uma equipe de cinco agentes, cada um com uma habilidade diferente, para realizar as missões (“não eram personagens, eram técnicos”, disse ele à publicação), ele queria focar a trama em um único protagonista, Ethan Hunt, e sua busca por justiça após a morte de seus companheiros em uma missão que dá errado.
No fim, a visão de De Palma prevaleceu e a trama do primeiro Missão: Impossível começa com a equipe de Hunt, então liderada pelo personagem de Voight e formada ainda por Sarah (Kristin Scott Thomas), Hannah (Ingeborga Dapkūnaitė), Jack (Emilio Estevez) e Claire (Emmanuelle Béart), esposa de Phelps, sendo eliminados um a um, com apenas Hunt e Claire sobrevivendo à missão.
Ethan, então, recruta dois ex-agentes da IMF, Luther (Ving Rhames) e Krieger (Jean Reno) e se alia a uma traficantes de armas, Max (Vanessa Redgrave), para invadir a CIA e roubar uma lista de agentes disfarçados espalhados pela Europa, no intuito de encontrar o agente que o traiu e o incriminou.
Embora não tenha tido tanto envolvimento com o desenvolvimento do roteiro e da história, De Palma foi o grande responsável por uma das escolhas criativas que marcaria a franquia: pedir para que Cruise filmasse as próprias cenas de ação. Segundo o diretor, o astro inicialmente mostrou insegurança em filmar a sequência em que Ethan foge de um enorme aquário que explode. “Ele veio até mim e disse ‘eu sou só um ator’. Eu respondi ‘Tom, você precisa tentar’. E ele conseguiu. Acho que ele entrou nessas de fazer todas as cenas de ação ele mesmo quando percebeu que ele provavelmente conseguia fazer as coisas melhor que um dublê.”
Com a sequência do aquário pronta, Cruise também foi crucial na filmagem da cena mais emblemática do longa, quando Ethan desce por um cabo numa sala segura da CIA e fica pendurado a centímetros do chão. Conforme lembrou De Palma, o ator colocou moedas no sapato para equilibrar o peso no cabo, impedindo que ele chacoalhasse durante a filmagem. “Foi a genialidade dele que fez a cena funcionar. E depois ele colocou seu corpo em situações bem perigosas na cena do trem”, lembrou o diretor, citando a grande cena que encerra o filme, em que o protagonista se pendura num trem e é perseguido por um helicóptero dentro de um túnel.
Missão: Impossível acabou sendo um grande sucesso mundial, arrecadando 457 milhões de dólares nas bilheterias. De Palma foi convidado por Cruise para dirigir a sequência, mas recusou. “Alcancei meu objetivo, que era fazer o maior sucesso que já tive. E não acredito que deveria gastar meu tempo fazendo sequências”, lembrou o cineasta.
Missão: Impossível 2 (2000)
Diretor: John Woo
Roteiristas: Robert Towne, baseado na história de Brannon Braga e Ronald D. Moore
A missão: Impedir que um agente traidor da IMF libere uma arma biológica com potencial de extinguir a raça humana chamada “Quimera”
Onde ver: Paramount+ e Telecine
Com De Palma fora da jogada, Cruise foi atrás de um diretor de estilo completamente diferente para a sequência: John Woo. O cineasta, famoso por seus filmes de ação chineses e pelo recém-saído do sucesso A Outra Face, foi procurado pelo astro quando estava no Brasil, filmando um comercial. Sua ideia para Ethan Hunt era bem diferente da de De Palma — ao invés de um espião, ele queria transformar o agente em uma lenda da ação. “Queria que ele fosse muito ativo e enérgico e tivesse o cabelo longo, que ficaria muito legal em slow-motion. Durante as filmagens, senti que estava filmando um ídolo ao invés de um agente secreto”, lembrou ele em entrevista ao Deadline.
Essa ideia de Woo fica clara já nos primeiros momentos de Missão: Impossível 2, que traz Ethan escalando uma montanha sem a ajuda de cordas, cena que foi filmada novamente sem dublês por Cruise (embora ele, é claro, tenha contado com equipamentos de segurança). “Tom quer fazer tudo ele mesmo. Eu não queria. Era muito perigoso, o penhasco tinha 610 metros de altura”, disse o diretor, que acabou sendo convencido pelo astro a deixá-lo fazer a escalada. “A mãe dele estava lá [durante a filmagem]. Estávamos vendo ele escalar as pedras e ficamos de mãos dadas, com muito medo. [Mas] a única vez que ele se machucou foi quando arranhou a mão durante uma sequência de luta no chão.”
Ao chegar ao topo, Ethan é informado de sua nova missão: encontrar o vírus Quimera e sua cura, que foram roubados de um cientista por um agente traidor da IMF, Sean Ambrose (Dougray Scott), que pretende liberar o vírus para lucrar com o remédio. Por ordens da agência, Hunt alista a ladra Nya (Thandiwe Newton), ex-namorada de Ambrose, para se infiltrar no covil do vilão e ajudá-lo a recuperar a arma biológica. Luther, o expert em computadores recrutado no primeiro filme, também integrava a equipe da missão.
Além das cenas de ação, que mais uma vez o colocaram pendurado por um cabo, Cruise fez um trabalho extenso sobre o tema de Missão: Impossível 2, como lembrou Woo. “Às vezes me surpreendia com a quantidade de preparação que ele fez durante as filmagens. Como era uma história sobre armas biológicas, ele tinha uma pilha de materiais de estudo em sua mesa. Ele podia entrar em detalhes sobre armas biológicas e químicas e até mencionou a Unidade Japonesa 731 que, em 1937, testava seu material químico e biológico em civis na China. Fiquei chocado ao descobrir que ele sabia dessa parte da história [da Segunda Guerra Mundial].”
Embora Missão: Impossível 2 não tenha sido tão bem recebido pela crítica após seu lançamento, o longa superou a arrecadação do filme original, com 546,4 milhões de dólares registrados nas bilheterias mundiais. Para Woo, no entanto, seu legado na formação de Ethan Hunt como ícone do cinema de ação é um motivo de orgulho maior que as cifras. “[Missão: Impossível 2] proporcionou [a Cruise] uma fundação para construir seu personagem e abordar mais e mais sequências de ação fantásticas e de tirar o fôlego que moldaram essa franquia enorme em um sucesso mundial. Ele conseguiu dar aos fãs um espetáculo cada vez melhor a cada filme.”
Missão: Impossível 3 (2006)
Diretor: J.J. Abrams
Roteiristas: J.J. Abrams, Roberto Orci e Alex Kurtzman
A missão: sem o apoio da IMF, que foi infiltrada por vilões, encontrar o traficante de armas Owen Davian para impedir que ele venda a arma biológica “Pé-de-Coelho” e encontrar o agente traidor
Onde ver: Paramount+ e Telecine
O trabalho de Woo convenceu Cruise de que a franquia Missão: Impossível ficaria melhor se cada novo filme contasse com um estilo completamente diferente do anterior. Fã da série de espionagem Alias, o ator e produtor procurou por seu criador, J.J. Abrams, que, até então, não tinha nenhum filme no currículo e havia acabado de trabalhar no episódio piloto de Lost. Ao contrário de De Palma, Abrams tinha a série original dos anos 1960 como grande influência.
Juntos, Cruise e Abrams mudaram radicalmente o roteiro original para Missão: Impossível 3, que, à época, circulava nomes como Scarlett Johansson, Kenneth Branagh e Carrie-Anne Moss para estrelar o longa. “Tom realmente queria começar do zero com a trama. Os personagens que esses atores incríveis interpretariam já não estavam mais na equação”, disse o diretor ao Deadline.
Na história que foi para os cinemas, Hunt, agora aposentado do trabalho de campo, vive feliz com a noiva, Julia (Michelle Monaghan) quando é convocado por John Musgraves (Billy Crudup) para uma missão de resgate de uma antiga aprendiz de Ethan, Lindsey (Keri Russell), que havia sido capturada por um traficante de armas. Embora o resgate inicialmente tenha dado certo, a agente morre nos braços Hunt por causa de um microexplosivo implantado em seu cérebro.
Com a ajuda de um analista da IMF, Benji (Simon Pegg), Ethan e sua equipe descobrem que o traficante responsável pela morte de Lindsey, Owen Davian (Philip Seymour Hoffman) irá ao Vaticano para negociar uma arma biológica chamada “Pé-de-Coelho”. Ao lado de sua equipe, ele vai sem autorização da agência até a Itália para interceptar Davian e tirar a arma de circulação.
Como é de praxe em Missão: Impossível, Ethan descobre, no meio da missão que existe um traidor na IMF trabalhando com Davian, que foge da custódia da equipe e ameaça Julia.
Em vez das cenas de ação, Cruise impressionou em Missão: Impossível 3 por sua atuação, contracenando com o recém-oscarizado Philip Seymour Hoffman. “Me considero incrivelmente sortudo de ter a chance de dirigir aquele ator impossivelmente talentoso”, disse Abrams sobre Hoffman. “Amo o quão cruel seu personagem é com Ethan, e o quanto ele aperta todos os calos para fazer Ethan obedecê-lo. Me lembro de estar no set e ver os dois se empurrando ao limite.”
Embora não tenha ido tão bem nas bilheterias, registrando “apenas” 398,5 milhões de dólares em seu período em cartaz, Missão: Impossível 3 colocou Abrams na principal prateleira de diretores de Hollywood. Nos anos seguintes, o cineasta comandaria filmes das franquias Star Trek e Star Wars, e chegou a desenvolver sua própria visão para o Superman antes da chegada de James Gunn e Peter Safran ao DC Studios.
Missão: Impossível — Protocolo Fantasma (2011)
Diretor: Brad Bird
Roteiristas: André Nemec e Josh Appelbaum
A missão: com a IMF fechada após um atentado no Kremlin, na Rússia, Ethan e sua equipe precisam interceptar uma ogiva e códigos nucleares para reparar o nome da organização
Onde ver: Paramount+ e Telecine
Depois de alguns problemas entre Cruise e a Paramount, que começou a questionar as margens de lucro do astro previstos em contrato, o quarto Missão: Impossível finalmente saiu do papel em 2011, com Abrams deixando a cadeira de diretor para trabalhar como produtor. O escolhido para comandar o quarto filme foi Brad Bird, conhecido por excelentes trabalhos em O Gigante de Ferro, Os Incríveis e Ratatouille, mas que nunca havia comandado uma produção live-action para o cinema.
Por causa de sua inexperiência em live-action, Bird sentiu que não tinha o respeito da equipe durante as filmagens de Missão: Impossível — Protocolo Fantasma, mas Cruise ajudou a afirmar a autoridade do diretor. “Eu ficava bravo e dizia ‘ei, eu fiz tudo isso com responsabilidade e vocês vão brincar comigo nessas cenas? Dirijam vocês a porcaria do filme’. Não sabia onde Tom estava, mas normalmente ele estava por perto e [o protesto] foi como um apito de cachorro que só ele podia ouvir. Ele apareceu em 10 segundos e disse ‘bom, vamos filmar a droga da cena’ e todo muito entrava na linha e me obedecia”, contou Bird ao Deadline.
Em Missão: Impossível — Protocolo Fantasma, Ethan é resgatado de uma prisão em que ele se infiltrou na Rússia com a missão de invadir o Kremlin para conseguir informações sobre um mercador de armas de codinome “Cobalto”, que acabara de matar um agente da IMF. A operação é um sucesso, mas quando Hunt começa a se afastar da sede do governo russo, uma grande explosão derruba o prédio, causando um conflito mundial.
O presidente dos Estados Unidos, então, aciona o Protocolo Fantasma, que destitui os agentes da IMF pelo mundo após Ethan e a agência serem responsabilizados pelo atentado ao Kremlin. Obviamente, o agente não desiste de fazer justiça e, ao lado de Benji, Jane (Paula Patton) e do misterioso analista Brandt (Jeremy Renner), se envolve em uma conspiração para encontrar os verdadeiros responsáveis e impedir que Cobalto venda ogivas e códigos nucleares a terroristas.
Protocolo Fantasma contou com a cena de ação mais ousada da franquia até então, pendurando Cruise do lado de fora do Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo, localizado em Dubai. “Ele acabou quebrando 36 janelas, e você vê o resultado [no filme]”, disse Bird. O estresse da filmagem, no entanto, fez o diretor acordar desesperado no meio da noite. “Acordei às 3h da manhã pensando ‘o que estou fazendo? Meu astro está num fio muito fino a 828m de altura. O que estou fazendo?’” A sequência, no entanto, acabou servindo como o grande atrativo do longa e resultou na maior bilheteria da franquia até então, 694,7 milhões de dólares.
Missão: Impossível — Nação Secreta (2015)
Diretor: Christopher McQuarrie
Roteiristas: Christopher McQuarrie e Drew Pearce
A missão: desmascarar e destruir o Sindicato, organização criminosa internacional
Onde ver: Paramount+ e Telecine
Depois de Protocolo Fantasma, Cruise se aproximou de Christopher McQuarrie, com quem trabalhou em Operação Valquíria, Jack Reacher: O Último Tiro e no sucesso inesperado No Limite do Amanhã. Conectando os dois estava uma ambição para transformar Missão: Impossível em uma sequência de cenas de ação extraordinárias que culminaria numa parceria que redefiniu a franquia na última década.
Essa ideia começou a se realizar em Missão: Impossível — Nação Fantasma. Logo no início do filme, Cruise se pendura na porta de um avião enquanto a nave decola, em uma sequência que superou os perigos da cena no Burj Khalifa no longa anterior e deu início à jornada cheia de adrenalina que o astro e McQuarrie planejaram para o restante da franquia. “Achei que o que fizemos em Jack Reacher era o limite, com aquelas perseguições de carro ambiciosas feitas em pouco tempo e com orçamento limitado”, contou o diretor ao Deadline. “[Mas] com Nação Fantasma, eu não conseguia ver nada maior que aquilo. Depois de fazer isso algumas vezes, você percebe que não é que não consegue imaginar, é que você só não imaginou ainda.”
Após a sequência de abertura no avião, Ethan e sua equipe são obrigados a trabalhar novamente às margens da lei após o governo estadunidense, sob pressão do diretor da CIA Alan Hunley (Alec Baldwin), extinguir a IMF e transferir seus recursos para a CIA. Se negando a trabalhar sob a nova direção, Hunt se torna um foragido e começa a investigar o Sindicato, grupo criminoso formado por ex-agentes de inteligência de diferentes países que quer se tornar soberana sobre as nações do mundo.
Durante sua missão, Ethan conhece Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), agente da MI6 que se infiltrou no Sindicato e quase matou o Primeiro Ministro da Áustria para manter seu disfarce. Embora Hunt a impeça, um carro bomba acaba vitimando o político, e Hunley coloca toda a CIA para caçar o agente. Por baixo dos panos, Benji, Luther e Brandt tentam ajudar seu líder a escapar e a capturar os verdadeiros culpados.
Missão: Impossível — Nação Fantasma não quebrou o recorde de Protocolo Fantasma, mas chegou perto, arrecadando 688,9 milhões de dólares na bilheteria e marcando o início de uma nova fase para a franquia.
Missão: Impossível — Efeito Fallout (2018)
Diretor: Christopher McQuarrie
Roteirista: Christopher McQuarrie
A missão: enfrentar os dissidentes do Sindicato, conhecido como Os Apóstolos, e impedir que eles vendam armas nucleares ao extremista conhecido como “John Lark”, que quer mudar a ordem mundial
Onde ver: Paramount+ e Telecine
Depois de se agarrar em um avião em pleno processo de decolagem, chegou a hora de Cruise tentar um novo desafio: se pendurar em um helicóptero em pleno voo. A sequência precisou de muito treinamento e preparação para ser executada. O resultado foi uma das cenas de ação mais eletrizantes já levadas às telas do cinema.
A trama de Missão: Impossível — Efeito Fallout está diretamente ligada à de Nação Fantasma. Com o fim do sindicato após a prisão de seu chefe, alguns membros da cabala formaram Os Apóstolos, nova organização criminosa cujos membros trabalham como terroristas de aluguel. O grupo é contratado pelo extremista John Lark para adquirir três ogivas nucleares, que o misterioso vilão planeja usar para destruir as nações mais poderosas do mundo, criando uma nova ordem mundial. Ethan e sua equipe tentam apreender as ogivas antes que elas caiam em mãos erradas, mas o plano dá errado e o armamento é roubado.
Mais uma vez acompanhado de Ilsa, Benji e Luther e com o reforço do agente da CIA August Walker (Henry Cavill), Ethan começa a procurar por Lark na tentativa de impedir seu plano destrutivo. Sob desconfiança de Lark e com o ado de Ilsa complicando as coisas, Hunt entra numa contagem regressiva que pode significar o fim do mundo.
Além de pendurar Cruise de um helicóptero, Efeito Fallout ainda conta com um eletrizante salto livre de Hunt e Lark, que despencam de um avião em alta velocidade do limite da atmosfera para invadir um prédio em Paris. O filme também conta com uma das cenas de luta mais bem coreografadas da franquia, que ficou famosa já no lançamento do primeiro trailer, que trazia o personagem de Cavill “recarregando” os braços durante a briga.
Missão: Impossível — Efeito Fallout foi lançado talvez com a maior expectativa da franquia até o momento, muito por causa do envolvimento de Cavill, cujo bigode foi alvo de polêmica por causa de um contrato que o impediu de fazer a barba para as refilmagens de Liga da Justiça. Provando que toda publicidade é boa publicidade, o longa quebrou o recorde de bilheteria da série, arrecadando 791,7 milhões de dólares.
Missão: Impossível — Acerto de Contas Parte Um (2023)
Diretor: Christopher McQuarrie
Roteiristas: Christopher McQuarrie e Erik Jendresen
A missão: encontrar as duas metades da chave que controla A Entidade, inteligência artificial que criou consciência própria e ameaça destruir o mundo
Onde ver: Paramount+
Em meio ao avanço tecnológico do século 21, o grande inimigo de Missão: Impossível — Acerto de Contas Parte Um se tornou óbvio: a inteligência artificial. No filme, uma IA chamada A Entidade criou consciência própria e usou sua conexão digital para afundar um submarino russo que poderia acabar com a sua existência. Com o programa ameaçando derrubar governos, Ethan, Benji, Ilsa e Luther partem em busca das duas metades de uma chave que pode controlar A Entidade, mas que também está sendo buscada pelas nações mais poderosas do planeta.
Entre os obstáculos encontrados por Hunt na missão, estão o ex-diretor da IMF Kittridge (Henry Czerny) e Gabriel (Esai Morales), um antigo rival cuja conexão com Ethan se estende desde antes do espião entrar para a agência. Com a chave da Entidade se tornando objeto de desejo de pessoas perigosas, o agente se alia à ladra Grace (Hayley Atwell) para tentar convencer a traficante de armas Viúva Branca (Vanessa Kirby) a lhe entregar o objeto, o que obviamente não sai de acordo com o plano.
O grande chamariz de Acerto de Contas Parte Um, mais uma vez, foi adiantado pelos trailers. Na prévia, Cruise usa uma motocicleta para saltar de um penhasco e, com o auxílio de paraquedas, pousar em um trem em movimento. Dentro do vagão, sua vida se torna ainda mais perigosa. Descarrilhado, o veículo começa a cair, forçando Ethan e Grace a saltar e escalar usando assentos e mesas para não caírem junto ao trem para a morte certa.
Mas o principal cuidado na produção de Acerto de Contas Parte Um nada teve a ver com as cenas de ação. O filme foi rodado no ápice da pandemia de covid-19, o que levou Cruise e McQuarrie a tomarem medidas extremas para cuidar do elenco e da equipe durante a produção. Quando um membro da equipe foi acusado de quebrar os protocolos de segurança, Cruise não poupou a voz e fez um longo e emocionado discurso pedindo mais responsabilidade aos colegas, momento que vazou nas redes sociais.
Embora chiliques de atores e diretores tendam a causar críticas do público, o tom exacerbado de Cruise recebeu elogios tanto dentro quanto fora de Hollywood. Acerto de Contas Parte Um era visto pela indústria como exemplo de que era possível gravar um blockbuster com segurança durante a pandemia e a preocupação do astro foi vista como genuína em meio ao alastramento de um vírus que vitimou mais 7 milhões de pessoas ao redor do mundo.
Apesar dos esforços de Cruise, Missão: Impossível — Acerto de Contas Parte Um acabou rendendo menos do que o esperado, com uma bilheteria de 571,1 milhões de dólares, uma queda brusca em relação ao valor registrado por Efeito Fallout. A “baixa” arrecadação se deu, em parte, pelo lançamento próximo de Barbie e Oppenheimer, que dominaram as salas de cinema e a cobertura midiática em 2023. Considerando a arrecadação “decepcionante”, a Paramount rebatizou o oitavo filme da franquia, abandonando o título Acerto de Contas Parte Dois e assumindo o nome de O Acerto Final.
Novamente com direção de McQuarrie e prometendo novas sequências de tirar o fôlego — incluindo uma cena em que Cruise anda nas asas de um avião durante o voo e uma complicada filmagem aquática —, Missão: Impossível — O Acerto Final estreia nos cinemas brasileiros em 22 de maio.